Dermatite de Contato

É uma reação inflamatória na pele que ocorre pela sua exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Não é contagiosa e se manifesta como coceira, vermelhidão, inchaço, erupção cutânea e descamação. Existem dois tipos de dermatite de contato, a irritativa e a alérgica:

Irritativa: causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Geralmente a inflamação aparece logo no primeiro contato. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato. Algumas dermatites irritativas são consideradas dermatites individualizadas e frequentes nas crianças:

Dermatite das fraldas: ocorre pela acidez das fezes e algumas bactérias; umidade; temperatura; fricção e oclusão; lesões respeitam habitualmente as pregas inguinais.

Dermatite perioral: produzida pela umidade e maceração contínua da região peribucal (ex: tique de lamber os lábios, uso de chupeta).

Dermatite invernal do dorso das mãos: dermatite de aspecto hiperpigmentado localizado no dorso das mãos e pregas interdigitais; aparece exclusivamente no inverno em jovens com mãos frias.

Dermatose plantar juvenil: relacionada com o uso de calçado de plástico/borracha; agrava nos meses de inverno pela oclusão; pele seca, escamosa e fissurada que afeta o dorso de ambos os pés e de forma quase específica a polpa do dedão.

Alérgica: surge após repetidas exposições a um produto ou substância, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico. Pode demorar de meses a anos para ocorrer, após o contato inicial, e as lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância. 20% das crianças podem ter dermatite de contato em algum ponto da sua vida. Os adolescentes tendem a ser um grupo com maior número de reações cutâneas irritativas, enquanto a ocorrência de dermatite de contato alérgica aumenta com a idade. A seguir, algumas substâncias que podem causar alergia:

– Plantas;

– Metais: níquel ou outros presentes em bijouterias, relógios e adornos de roupas ou calçados;

– Medicamentos tópicos: antibióticos, anestésicos e antifúngicos;

– Cosméticos: perfumes, xampus, condicionadores, cremes hidratantes e esmaltes de unhas;

– Roupas e tecidos sintéticos;

– Detergentes e solventes;

– Adesivos;

– Cimento, óleos, graxas e tinta de parede.

O diagnóstico pode ser feito pelo teste alérgico de contato (patch-test), que consiste na aplicação de 30-40 substâncias na pele das costas. Esses adesivos ficam na pele por 48 horas; depois se observa se causaram alergia no local. De acordo com a substância testada, pode ser sugerida a causa da dermatite de contato.

É importante identificar e evitar aquilo que causa a dermatite, lavar bem as mãos com água corrente se ocorrer contato, e usar luvas ou vestimentas adequadas caso necessário. O tratamento depende da gravidade de cada caso, às vezes sendo necessário uso de medicamentos orais ou injetáveis. Em casos graves, procurar orientação de um médico. Cremes ou pomadas de corticosteróides são utilizados para reduzir a inflamação da pele, assim como imunomoduladores tópicos ou antialérgicos/corticosteroides orais ou injetáveis. Em caso de alergia, a pessoa jamais deve se automedicar, pois pode agravar ainda mais o problema.

Referências:

ELISA, Ana. Dermatite de contato em crianças. Tratado de pediatria. 4ª. ed. Sociedade Brasileira de Pediatria: Manole Ltda, 2017. cap. 07, p. 585-590.