Prevenção de doenças parasitárias
O parasitismo intestinal ainda constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Pública no Brasil e decorre da presença de macroparasitas (helmintos) e/ou microparasitas (protozoários) no intestino e compromete de forma heterogênea cerca de 25% da população mundial. A frequência das parasitoses tem relação direta com as condições socioeconômicas, sendo o aumento da prevalência uma consequência direta do empobrecimento da população. Além disso, depende dos aspectos climáticos, das características do solo, dos hábitos alimentares e de higiene e das condições sanitárias da comunidade.
A parasitose afeta principalmente pré-escolares e escolares e tem correlação com desnutrição e com o déficit no desenvolvimento físico, psicossomático e social.
A invasão do parasita ocorre através da pele (pelo contato direto com o solo/ água contaminados) e/ou pela boca (ingestão de água e/ou alimentos contaminados, fômites, perversão do apetite ou prática sexual).
Para o controle dessas doenças, é necessário mudar o comportamento da população em risco, de forma a reduzir a poluição do meio ambiente e a reinfecção da população. As medidas gerais de educação em saúde e saneamento deverão assegurar implantação de medidas gerais e individuais tais como:
· Uso de instalações sanitárias adequadas, com tratamento adequado dos dejetos, a fim de que impeça realmente a poluição das superfícies;
· Tratamento adequado da água;
· Inspeção sanitária da carne visando reduzir o consumo de carne contaminada;
· Coibir a irrigação de hortas e pomares com água de rios e córregos, que recebam esgoto ou outras fontes de águas contaminadas;
· Impedir o acesso dos suínos/bovinos às fezes humanas ou à água e alimentos contaminados com material fecal;
· Tratamento dos doentes e de todas as pessoas da família, se necessário. evitando que esses sejam fontes de infecção;
· Educar a populaçãosobre as parasitoses intestinais e suas formas de transmissão;
· Lavar bem as mãos antes de comer ou de manusear alimentos, após defecar ou após contato com terra;
· Lavar cuidadosamente frutas e legumes que serão ingeridos crus; (colocar em de solução clorada ou de hipoclorito de sódio – colocar uma colher de sopa para um litro de água e deixar os alimentos por 20 minutos);
· Proteção de alimentos contra poeira, insetos ou outros animais que possam ser usados como vetor mecânico para esses parasitas;
· Uso de calçados;
· Manter as unhas aparadas rente aos dedos, para evitar acúmulo de material contaminado;
· Evitar coçar a região anal desnuda e levar as mãos à boca;
· Lavagem e cuidados adequados com a roupa íntima,toalhas de banho e roupas de cama;
· Cozinhar bem a carne de porco ou mantê-la em refrigeração
a -20°C por 12 a 24 horas;
· Não entrar em águas suspeitas de contaminação.
Para se conseguir êxito nessas medidas é necessário a articulação de diversos setores: governo, infra-estrutura urbana, educadores, profissionais de saúde e comunidade.
Novos recursos terapêuticos de maior eficácia são periodicamente colocados à disposição da classe médica e justificam uma expectativa mais otimista quanto à possível redução do número de indivíduos infectados.Porém, o crescimento populacional, justamente nas áreas de menores recursos culturais e de higiene, promove o surgimento de novos casos. Por isso, justifica-se buscar colocar em prática cada vez mais as medidas que previnam tais doenças.
Referências:
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