Os dois lados do colesterol

Para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Colesterol neste 8 de agosto, Saúde com Ciência explica os chamados bom e mau colesterol


07 de agosto de 2015


Para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Colesterol neste 8 de agosto, Saúde com Ciência explica os chamados bom e mau colesterol

marca-saude-com-ciencia1De onde surgiram os termos “colesterol bom” e “colesterol ruim”? Isso significa a forma que o colesterol, tipo de gordura fabricado pelo fígado e consumido pela alimentação, é transportado no corpo – o HDL é o transportador bom, enquanto o LDL é o ruim. Ou seja, não existem dois colesteróis.

Quem afirma é a professora do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG, Simone Generoso. Segundo ela, problemas com o colesterol surgem quando o LDL se deposita nos vasos sanguíneos, dificultando a passagem do sangue: “Ele vai se acumulando e formando gorduras no vaso, que chamamos de placas. Essas placas sofrem a ação dos radicais livres, moléculas que reagem com essas placas, fazendo com que elas se tornem mais graves”.

“O cigarro provoca o aumento da produção de radical livre. Então, isso associado, é extremamente maléfico”, acrescenta Simone. A maior produção de LDL acelera o processo de aterosclerose, que é o envelhecimento e entupimento das artérias, podendo desencadear problemas cardiovasculares periféricos, infarto, AVC e até insuficiência renal.

De acordo com a endocrinologista e professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Ana Lúcia Cândido, os níveis ideais de colesterol no organismo não devem ultrapassar 200 miligramas por decilitros de sangue. “O chamado bom colesterol, o HDL, deve estar acima de 45 para os homens e 55 para as mulheres. Já o ruim, que é o LDL, não deve passar de 130”, explica.

Ilustração: Juliana Guimarães | ACS Medicina

Ilustração: Juliana Guimarães | ACS Medicina

HDL x LDL

Apesar da fama de “vilão”, o colesterol tem importância geral na manutenção do organismo, já que é um dos responsáveis pela produção de vitamina D e ácidos biliares que ajudam na digestão, além de fazer parte da membrana das células do corpo e de diversos hormônios. Portanto, alguns cuidados preventivos devem ser observados.

O aumento do “colesterol ruim” pode estar ligado ao consumo de carnes vermelhas, leite e queijo integral e outros alimentos industrializados, ricos em gordura saturada. “No organismo, a gordura saturada estimula mais a produção do LDL na circulação. Dependendo do caso, a gente orienta que o paciente diminua o consumo de alimentos fontes de gordura animal”, comenta a nutricionista Simone Generoso.

Hoje, de acordo com ela, há uma forte recomendação para substituir o leite integral pelo semi-desnatado, uma vez que o segundo apresenta teor reduzido de colesterol, mas com a quantidade indicada de cálcio e vitamina A, por exemplo. Para aumentar a produção do HDL, o “bom colesterol”, é recomendado o consumo de frutas, verduras, azeite de oliva, nozes e peixes de água fria, como salmão, sardinha e atum.

Ana Lúcia Cândido lembra os benefícios do ômega 3, tipo de gordura encontrado nos peixes: “Ele altera o perfil metabólico e melhora o perfil cardiovascular. Diminui pressão arterial, inflamação e triglicérides”. Para Ana Lúcia, o indivíduo deve atentar, sobretudo, aos seus hábitos de vida. “A pessoa tem que fazer uma reflexão do seu estilo de vida. Trabalhar a perda de peso, atividades físicas, que estimulam a produção do HDL. Evitar sal, excesso de gordura, bebida alcoólica e não fumar. O colesterol é tido como vilão, mas é reflexo de todo um estilo de vida ruim”, finaliza.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência, que apresenta série dedicada ao joelho entre os dias 10 e 14 de agosto de 2015, é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira às 5h, 8h e 18h, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM.

Ele também é veiculado em outras 147 emissoras de rádio, que estão inseridas nas macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.