Perder urina não é normal e causa deve ser investigada


13 de março de 2024 - ,


Belo Horizonte (MG) – A incontinência urinária, que é a perda involuntária de urina, é um sintoma de que algo não está bem no organismo. Ela pode variar em gravidade: desde pequenos gotejamentos até perdas mais significativas. Independentemente da quantidade, essa condição causa desconforto e constrangimento, refletindo na qualidade de vida e no bem-estar do indivíduo. No Dia Mundial da Incontinência Urinária, celebrado na próxima quinta-feira (14/03), o Hospital das Clínicas da UFMG, por meio do Serviço de UroGinecologia, em parceria com as Ligas Acadêmicas de Saúde da Mulher e da Uroliga, realizará a palestra “Perder urina não é normal”, que tem como objetivo conscientizar trabalhadores, pacientes e acadêmicos sobre a importância de investigar a causa e tratar o problema.

A ginecologista e coordenadora do Serviço, Marilene Vale De Castro Monteiro, afirma que qualquer perda involuntária de urina não é normal e não faz parte do envelhecimento. Ela explica que essa é uma das condições clínicas que mais impactam a qualidade de vida dos pacientes. 

“Ainda existe um ‘pré-conceito’ de que a incontinência urinária, principalmente na mulher, é normal nas idades mais avançadas e por isso muitas pacientes não falam sobre essa queixa com seus médicos ou profissionais de saúde. Portanto, essa campanha visa conscientizar mulheres e homens sobre esse sintoma, para o qual há tratamento com melhora da qualidade de vida. Não é normal perder urina”, disse.

Fraqueza dos músculos do assoalho pélvico, lesões nos nervos que controlam a bexiga, doenças neurológicas ou outras doenças que causem obstrução urinária, infecções do trato urinário e até certos medicamentos são algumas das causas da incontinência urinária. 

A boa notícia é que há tratamento com excelentes resultados, dependendo do tipo específico de incontinência, da gravidade dos sintomas e das causas subjacentes. “Ele inclui mudanças de hábito de vida, investigação dos fatores que contribuem para piora da incontinência, estratégias de treinamento da bexiga, como horário da micção, exercícios para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico”, explicou a médica, ressaltando que o índice de sucesso neste tipo de abordagem é de cerca de 80%. 

Já o tratamento medicamentoso e a cirurgia são indicados em casos específicos. Injeções de toxina botulínica para ajudar a regular a bexiga hiperativa, neuromodulador para estimular os nervos que controlam a saída da urina e dispositivos que aumentam a resistência do canal da urina, são alguns desses procedimentos. “O não tratamento leva à piora progressiva dos sintomas com grande impacto na qualidade de vida. E ainda há gasto financeiro com produtos higiênicos como absorventes e fraldas”, finalizou a médica.

Serviço

A palestra “Perder urina não é normal” acontecerá na próxima quinta-feira (14), às 10h, no auditório do Ambulatório Jenny Faria. Não é necessário realizar inscrição prévia para participar do evento. 

Sobre a Ebserh

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.


Luna Nomand – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)