Pessoas que dormem pouco ou muito tendem a viver menos

Saúde com Ciência apresenta série que discute o quão prejudicial é dormir em excesso, além da relação sono x aparelhos eletrônicos e a fase REM, que contempla os sonhos


09 de abril de 2015


Saúde com Ciência apresenta a série “Durma Bem”, que discute o quão prejudicial é dormir em excesso, além de informações sobre a relação do sono com aparelhos eletrônicos e a fase REM, que contempla os sonhos

saudecomcienciaO ser humano passa, em média, um terço da vida dormindo. O sono, portanto, é importante para uma vida com qualidade, equilibrando o dia-a-dia da pessoa de modo que ela fique acordada no dia seguinte. Mas isso não significa que dormir demais é sinal de saúde.

Pesquisa do Centro de Transtornos do Sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, divulgada recentemente, afirma que dormir demais é mais prejudicial à saúde do que dormir a menos. Os estudos epidemiológicos, que acompanharam as pessoas durante um tempo, relacionam duração do sono e mortalidade e concluem como ideal sete horas de sono por noite. Para quem dorme mais ou menos do que sete horas, há um aumento gradual no risco de mortalidade, principalmente para quem dorme mais.

Para o psiquiatra e médico do sono, Maurício Viotti, professor da Faculdade de Medicina, o ideal é dormir de seis a oito horas por dia. “Se uma pessoa dorme mais do que a média, pode ser um indício de que tem algo errado com o sono. Ou seja, dormir muito não significa que ela durma bem”, afirma.

Esse fator pode ter ligação com o ronco, que, por sua vez, pode indicar uma apneia – pausas na respiração durante o sono que acometem, em geral, pessoas a partir dos quarenta anos. “No caso de uma apneia, por exemplo, o corpo fica querendo compensar a falta de qualidade do sono, mas a pessoa pode acordar cansada ou ter sonolência diurna, mesmo que tenha dormido entre nove e dez horas”, complementa Viotti.

Já o indivíduo que dorme a menos pode estar em privação de sono devido às funções sociais ou ao uso de aparelhos eletrônicos. Sonolência diurna, estresse, cansaço mental e muscular são algumas causas associadas a essa falta.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 40% dos brasileiros têm dificuldades para dormir a quantidade indicada. “Há, cada vez mais, estudos comprovando que as pessoas que dormem mais ou menos do que a média, têm uma tendência a viverem menos”, ressalta o psiquiatra.

Ideal é desligar todos os eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Crédito da foto: triangulomoda.com.br

Eletrônicos devem ser desligados pelo menos uma hora antes de dormir. Crédito da foto: triangulomoda.com.br

Aparelhos eletrônicos x dormir bem

Nos dias atuais, algo que tem sido motivo de dificuldades para o indivíduo “pegar no sono” é o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos à noite, como tablets, smartphones, notebooks e televisões. De acordo com o neurologista e professor da Faculdade, Rogério Beato, a luz gerada pela tela desses aparelhos – inclusive telas menores – tende a afetar o início do sono. “Isso ocorre porque há uma diminuição da melatonina, que é um ‘aviso’ que está na hora de dormir. Desta forma, as pessoas vão perdendo a capacidade automática de se desligarem”, alerta.

Os adolescentes, especialmente, ficam conectados de modo contínuo, às vezes 24h, o que influencia na fragmentação do sono. Esse excesso faz com que eles durmam cada vez mais tarde ou acordem no meio da noite para responder uma mensagem. “A tendência é eles encontrem dificuldades durante o dia, fadiga, sono, comprometimento no aprendizado e na concentração”, acrescenta Beato.

Para as pessoas que estão sempre conectadas, o neurologista indica que elas se preparem antes de dormir, desligando os aparelhos, no mínimo, uma hora antes. “No período noturno, o uso excessivo dos aparelhos é como se o indivíduo tivesse tomado um estimulante e, na verdade, ele deve evitar tudo aquilo que faz ficar acordado”, compara.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência, que apresenta a série Durma Bem entre os dias 13 e 17 de abril de 2015, é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM.

Ele também é veiculado em outras 97 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.