Poluição do ar e tempo seco agravam problemas respiratórios e cardiovasculares

Programa de rádio Saúde com Ciência explica porque cuidar do meio ambiente é cuidar da saúde


21 de setembro de 2021 - , , , , , ,


De laranja a vermelho, quanto mais predominante essas cores ao pôr do sol, maior o indício de ar poluído. E os incêndios florestais têm contribuído para finais de tarde cada vez mais rubros, com efeitos nocivos à saúde. Isso porque a névoa de fumaça e suspensão de partículas provocadas por incêndios florestais podem comprometer a saúde pulmonar e cardiovascular.

Somente nos primeiros 17 dias de setembro, foram registrados 3681 focos de queimadas em Minas Gerais, sendo a maioria causada criminosamente. Esse valor representa 13,1% de todas as queimadas no país, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O estado já é o 4º maior em número de focos, atrás apenas de Mato Grosso, Pará e Amazonas.

As queimadas acabam levando fumaça, com partículas em suspensão, para dentro das cidades e que se somam à poluição já provocada pela queima de combustível fóssil. Para piorar, o tempo seco em boa parte de Minas ajuda a elevar a concentração de poluentes.

E quanto menos puro estiver o ar, o oxigênio, pior para a saúde.

“Principalmente para quem já tem problemas respiratórios, que se agravam, e para as crianças, que costumam sofrer mais com isso”, destaca o coordenador do Projeto Manuelzão e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcus Vinícius Polignano.

Em entrevista ao programa de rádio Saúde com Ciência, o professor explica que o sistema cardiovascular também pode ficar comprometido. Isso porque a poluição favorece a aterosclerose, caracterizada pela formação de placas de gordura sobre a parede das artérias. A contaminação do ar também pode aumentar a inflamação dos vasos, pressão arterial e frequência cardíaca.

Atenção à saúde

Com o tempo mais seco e o ar mais poluído, é preciso estar atento a alguns cuidados com a saúde. Belo Horizonte, capital mineira, por exemplo, chegou a registrar umidade relativa do ar de 17% no último domingo, 19 de setembro. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde considera aceitável um nível de umidade acima de 30%. Abaixo disso já é prejudicial à saúde.

Para os dias mais secos, especialistas orientam a evitar aglomerações, ingerir bastante líquidos e umidificar o ambiente com umidificador ou com bacias de água. Também é recomendado suprimir exercícios físicos e trabalho ao ar livre entre 10h e 16h, quando a umidade estiver entre 12% e 20%. Para quem tem problemas respiratórios, a dica é usar soro fisiológico para hidratar as narinas para quem tem problemas respiratórios ficar atenta aos sintomas e procure ajuda médica caso necessário.

O que fazer em caso de queimadas?
Em caso encontre focos de incêndio e queimadas, acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, a Polícia Militar pelo telefone 190 ou Defesa Civil pelo telefone 199.

Como as alterações no meio ambiente podem impactar na saúde?

O Saúde com Ciência desta semana explica quais as consequências da poluição do ar, do desmatamento, da produção excessiva de lixo sólido e das queimadas na saúde e na qualidade de vida. Confira!

O programa é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a quinta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.