Psoríase: saiba quais são os tipos e formas de tratamento

Doença atinge 125 milhões de pessoas no mundo, segundo Sociedade Brasileira de Dermatologia.


12 de novembro de 2018


Programa aborda os tipos de psoríase, locais e formas de manifestação e alternativas de tratamento.

*Nathalia Braz

A psoríase é uma doença inflamatória, não contagiosa e crônica. Ela se manifesta na pele quando há um desequilíbrio das citosinas, grupo de moléculas envolvidas no desencadeamento das respostas imunes. São desenvolvidas lesões principalmente na pele, mas também nas articulações. Atualmente, a psoríase atinge 125 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de cinco milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A doença é multifatorial, ou seja, é causada por diferentes fatores. Entre eles, estão a genética (que atinge cerca de 30% dos pacientes), o ambiente e o sistema imunológico. Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico e, em casos de dúvida, é indicado fazer uma biópsia. Manuela Panteliades é médica voluntária do Hospital das Clínicas da UFMG e explica a manifestação de três tipos de psoríase: “A psoríase em placas é a mais comum e se manifesta na forma de placas eritematosas, que são vermelhas e descamativas. A psoríase pustulosa são placas com pústulas, ou seja, bolinhas de pus. E a psoríase artropática, que causa alterações nas articulações e são mutilantes“.

A psoríase em placas acomete principalmente cotovelos, joelhos, umbigo e couro cabeludo. Já a psoríase pustulosa pode ser na região de palmas e plantas, mas também pode ser generalizada. Existem outros tipos da doença, entre eles: a psoríase ungueal, que afeta as unhas das mãos e dos pés; a psoríase eritodérmica, que é o acometimento de todo o corpo; a psoríase gutata, que está relacionada a infecções bacterianas muito comuns em pacientes jovens e mulheres; e a psoríase invertida, que acomete localizações que não são típicas, em geral dobras, como axila e virilha.

Estresse, infecções bacterianas e alguns medicamentos, como os de pré-hipertensão, podem ser fatores desencadeantes da psoríase. Por ser uma doença crônica e de difícil definição da causa, não existe cura e nem forma de prevenir a psoríase, mas pode ser tratada e ter os sintomas melhorados: “É indicado procurar um dermatologista para quem tem as lesões, pois existe tanto tratamento tópico (que são os de passar), quanto o sistêmico, que são os de via oral ou injetável. Com o tratamento adequado, a gente consegue melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes”, afirma a médica Manuela Pantelliades.

De acordo com a médica, a psoríase é classificada como leve, moderada e grave. A psoríase leve, em geral, é tratada com tópicos. Já a moderada e grave é de forma sistêmica, ou seja, com medicamentos em pílulas ou injeções. Hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos nas regiões das lesões e protetor solar são alguns dos cuidados que as pessoas devem tomar mesmo em casos graves. Também pode ser utilizada a fototerapia, que é a exposição à luz ultravioleta A ou ultravioleta B em cabines.

Possíveis complicações dos medicamentos

A psoríase não é uma doença que coloca em risco a vida do paciente, porém, o uso de medicamentos utilizados no tratamento

Doença não contagiosa se manifesta na pele. Arte CCS

pode provocar algumas complicações. Bernardo Gontijo é professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da UFMG e explica o que pode ocorrer: “Quando você usa imunossupressores orais, por exemplo, você tem o risco de contrair infecções. Quando é usado acitretina, que é um dos medicamentos usados para a psoríase, pode causar alterações do metabolismo dos lipídeos e aumentar o colesterol”. Já os medicamentos imunobiológicos, dedicados a casos especiais, podem acarretar em algumas infecções, como tuberculose.

Todo medicamento apresenta um tipo de risco e pode ter consequências e por isso, eles precisam ser indicados por um especialista. Segundo o professor Bernardo Gontijo, para que o risco de ter complicações seja menor, existem dois métodos para a escolha dos medicamentos: “Vai depender, em primeiro lugar, da intensidade e da extensão da doença. E em segundo lugar, ele também vai ser escolhido conforme o paciente já tenha ou não usado os medicamentos anteriores com sucesso ou com falha de tratamento” explica o professor. “Mas todo medicamento tem o lado bom, positivo, que é o feito terapêutico da doença, mas todos carregam potencialmente risco de efeitos colaterais“ conclui.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Nathalia Braz – estagiária de Jornalismo

Edição: Maria Dulce Miranda