Saiba onde o risco de contágio do coronavírus é maior*

Classificação do risco leva em consideração três variáveis.


14 de maio de 2020 - , ,


Ficar em casa é a principal medida para reduzir a velocidade de transmissão do novo coronavírus.  Mas, fora desse ambiente, alguns espaços podem representar maior ou menor risco de contágio para a covid-19. Essa informação tem circulado entre algumas prefeituras e pode ter alguma razoabilidade.

Apesar de não ser científico, evidências mostram que os hospitais, por exemplo, podem apresentar mais chances de transmissão que os transportes públicos, bancos e lotéricas. Já os elevadores, academias e feiras livres, representam mais riscos quando comparados aos supermercados.

De acordo com o infectologista e professor do Departamento Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Matheus Westin, essa classificação leva em conta o nível de aglomeração no ambiente, o grau de interação direta e indireta entre as pessoas e a chance de haver pessoas com a infecção pelo novo coronavírus no local.

O professor explica como funciona essa classificação no áudio a seguir. Ouça:

O que fazer?

Para quem não pode ficar em casa e precisa circular por essas áreas de maior risco, as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são:

-Usar máscara de proteção facial; (confira aqui o que você precisa saber antes de fazer ou usar a máscara caseira);

-Tentar manter pelo menos 1 metro de distância dos outros;

-Evitar tocar olhos, nariz e a boca com as mãos sem lavá-las;

-Higienizar as mãos com álcool em gel frequentemente;

-Limpar e desinfectar objetos e superfícies que as pessoas tocam com muita frequência.

Para compras em supermercados, a OMS também recomenda higienizar as alças dos carrinhos de compras ou cestas antes do uso. Lave bem as mãos após chegar em casa e depois de manusear e armazenar os produtos adquiridos.

Em hospitais

Os profissionais que atuam na linha de frente contra o novo coronavírus são os mais vulneráveis ao contágio da doença. Esse é um dado inquestionável, de acordo com o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Matheus Westin. Isso porque o hospital é um ambiente em que as pessoas suspeitas e com eventual confirmação de covid-19 são assistidas.

No áudio a seguir o professor explica o porquê desses profissionais estarem mais vulneráveis e quais os cuidados precisam ter:

Cuidados além da linha frente

Mas os profissionais de saúde e colaboradores que atuam em hospitais, mesmo que não tenham contato com pacientes com suspeita de covid-19, também precisam tomar cuidado.

“Como estão indo e vindo para trabalhar e circular por instituições de saúde, eles têm maior risco que a população em geral, mas menor que os profissionais que assistem diretamente os casos de covid-19”, explica Westin.

Mesmo não atendendo casos de covid-19, o enfermeiro intensivista da cidade de São Gonçalo do Sapucaí, região Sul de Minas Gerais, Wellington Carvalho, tenta se prevenir ao máximo.

“Tenho que trabalhar todos os dias, não posso ficar de quarentena. Mas quando estou de folga não saio de casa, nem frequento lugares com aglomerações”, relata. No hospital e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) onde trabalha, Wellington conta que usa máscara e jaleco e realiza constantemente a higienização as mãos.

Pacientes crônicos

O medo de ir a hospitais e clínicas tem afastado muitos pacientes crônicos de seus tratamentos. Mas o professor Matheus Westin ressalta que essas pessoas não devem parar com o tratamento neste momento. Segundo o professor, elas devem seguir as orientações, como o isolamento social, assim como buscar o atendimento em saúde quando for necessário.

No áudio a seguir, Westin explica porque o tratamento não deve ser interrompido:

Saiba mais informações sobre o novo coronavírus no www.medicina.ufmg.br/coronavirus/

*atualizada em 3/7/2020