Sono desregulado favorece ganho de peso e problemas cardiovasculares

Na nova série “Horário de Verão”, Saúde com Ciência destaca as possíveis consequências da privação de sono, dentre outros assuntos


19 de novembro de 2016


Na nova série “Horário de Verão”, Saúde com Ciência destaca as possíveis consequências da privação de sono, dentre outros assuntos

ImpressãoDormir entre sete e nove horas, em média, para manter a saúde do corpo em dia. É o que recomenda a Academia Americana de Medicina do Sono às pessoas que têm entre 18 e 60 anos. Caso o indivíduo durma pouco e tenha uma rotina de sono desregrada, seu sistema imunológico tende a ser mais vulnerável, além de comprometer sua capacidade de concentração e memorização das atividades diárias.

A privação de sono também faz com que haja o aumento de problemas cardiovasculares, com o aumento da pressão arterial. “Tem um grupo de pessoas que tendem, dormindo menos do que o necessário, a ganhar peso, devido a uma desregulação metabólica. Então, o sono é importante para regular o metabolismo do organismo como um todo”, acrescenta o neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Rogério Beato. Para evitar o ganho de peso, Beato indica uma dieta menos calórica.

O neurologista também chama a atenção para as pessoas que trabalham no período da noite, já que pode ser mais difícil dormir durante o dia e conciliar esse sono com sua vida social. As preocupações do indivíduo com as obrigações do trabalho e estudo, assim como a ansiedade para não perder a hora de levantar, são outros fatores que interferem no sono. “A preocupação com o horário de acordar pode influenciar a qualidade do sono, inclusive com as pessoas despertando antes da hora planejada”, afirma o especialista.

Foto: Carol Morena

Foto: Carol Morena

Horário de Verão

Desde o último dia 16 de outubro, o horário de verão está vigente em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, se estendendo até 19 de fevereiro do próximo ano. O psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina, Maurício Viotti, diz como o corpo sente essa mudança de horário: “Com a perda de uma hora, o corpo tem uma pequena privação de sono, que pode trazer certa sonolência diurna e falta de concentração”.

Segundo Viotti, o corpo humano demora de cinco a sete dias para sincronizar o relógio biológico do organismo e se adaptar completamente ao novo horário. Nesse meio tempo, o psiquiatra recomenda que as pessoas que praticam alguma atividade de risco, que requer maior concentração, procurem ter mais atenção. Um estudo feito nos Estados Unidos mostra que, estatisticamente, há um aumento no número de acidentes de trânsito nos primeiros dias de vigência do horário de verão. “Provavelmente, com essa uma hora de sono a menos, a tendência é que a pessoa dê uma cochilada por alguns segundos”, alerta Maurício Viotti.

Para criar uma rotina de sono de melhor qualidade, o neurologista Rogério Beato sugere algumas medidas, conhecidas como higiene do sono. “Antes de dormir, evitar exercícios físicos intensos e contato com aparelhos eletrônicos; ‘esvaziar a cabeça’ e não pensar nas preocupações do dia; e optar por tomar banhos quentes ao invés de frios”, cita.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 180 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Luís Gustavo Fonseca | Edição: Lucas Rodrigues