TDAH: Neurotecnologia Responsável lança segunda edição de cartilhas para Pais e Professores

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (INCT NeuroTec-R) lança, nesta quarta, 20 de dezembro de 2023, a segunda edição das cartilhas “Conhecendo melhor o TDAH” e “TDAH na escola”.  Usando linguagem acessível e objetiva, os guias ilustrados foram produzidos por uma equipe multidisciplinar, especializada tanto no tratamento do transtorno quanto em diferentes áreas da Comunicação e estará disponível, gratuitamente, no perfil Instagram @inctneurotecr.

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) atinge 5,3% da população mundial e essa prevalência dá sinais de estabilidade depois de décadas crescendo, esclarece a subcoordenadora do INCT  Débora Marques de Miranda, professora de Pediatria e responsável pela produção das cartilhas. 

Ela ensina que crianças com TDAH têm dificuldade de executar tarefas comuns do dia a dia e podem ser interpretadas como malcriadas, desinteressadas ou até como tendo baixa inteligência, mas não é bem assim. “Esses mal-entendidos podem desencadear grandes discussões, mentiras ou agressividade, de ambas as partes, podendo prejudicar as relações sociais da criança e do futuro adulto que ela se tornará”, orienta a professora. 

Ambientes desfavoráveis, seja na família, na escola ou em outras dimensões sociais, podem aumentar os sintomas, que também podem ter atitudes impulsivas, sem a medição das consequências. “É comum que essas crianças tenham fraturas ou acidentes. Nesses casos precisamos cercar de ainda mais cuidados. Não é culpa delas, mas resultado da condição em que elas se encontram”, explica. 

Conhecer para não estigmatizar

Mas é bom que se diga: crianças agitadas e que se acidentam muito podem não ter TDAH, segundo a professora. O diagnóstico de TDAH não é uma ação simples e precisa ser feito por um médico, a partir de exames clínicos e neuropsicológicos.

“Pais e professores que conhecem e compreendem os sinais e sintomas desse problema podem lidar adequadamente com essas crianças e ajudá-las a ter melhor qualidade de vida, assim como suas famílias e os próprios professores, que também podem reduzir a carga de estresse ao compreender melhor o problema”, alerta Débora Marques. O comportamento de uma criança com TDAH pode repercutir na vida de todos envolvidos. 

Para diminuir os reflexos da disfunção, o tratamento consiste em acompanhamento comportamental e medicamentoso e ajuste comportamental. “A medicação ajuda no controle de sintomas e permite minimizar prejuízos, por isso é necessária”, explica a professora.

Quando não tratado, o distúrbio pode evoluir para problemas que levem a grande prejuízo funcional da pessoa, por toda a sua vida. Um dos mais frequentes é o Transtorno Opositor Desafiador (TOD), em que o paciente apresenta problemas com a autoridade dos pais, escola e sociedade. 

A primeira edição da cartilha foi publicada em 2014, pelo então INCT Medicina Molecular, hoje reformulado como INCT NeuroTec-R

Para mais informações e acesso gratuito às cartilhas, siga o Instagram do INCT Neurotecnologia: @inctneurotecr.

Marcus Vinicius dos Santos – Comunicação do INCT NeuroTec-R