Tempo de alegria e liberdade de escolhas
Na semana do Carnaval, programa de rádio apresenta série especial sobre como a saúde física e mental está associada ao período
24 de fevereiro de 2017
Na semana do Carnaval, programa de rádio apresenta série especial sobre como a saúde física e mental está associada ao período
O ser humano tem sua rotina marcada por padrões de comportamento que definem horários, jornadas de trabalho e estudos. Nesse contexto, os recessos e “fugas” da rotina podem ser fundamentais para garantir a recuperação física e mental do indivíduo, contribuindo para que ele encare seu cotidiano com mais tranquilidade. O Carnaval promove, além da oportunidade de descanso devido ao feriado, um clima alegre e descontraído que tende a romper com os padrões comportamentais do dia-a-dia.
Segundo a psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Tatiana Mourão, essa necessidade de rompimento com os códigos de comportamento vêm desde as manifestações carnavalescas mais antigas. “Isso vem desde o tempo romano, é como se naquele período de festas existisse certa liberação dos costumes, sejam sexuais, alimentares, e isso passou para nossa cultura também. Tem o exemplo romano do escravo que nesses dias se fantasiava de rei e era majestade”, conta.
A professora encara o momento de irreverência como benéfico para a saúde mental das pessoas, mas isso não significa que “cair na folia” é a única forma possível de aproveitar o Carnaval. Em um país como o Brasil, onde a cultura carnavalesca é tão disseminada, os indivíduos que optam por tratar o período como mais um feriado, podem se sentir pressionados a participarem de eventos que não têm interesse.
“O ser humano sempre precisou de momentos de parar com a rotina, porque muitas vezes ela é sufocante… Então, aquele momento é de dar um tempo na rotina, fazer suas escolhas e, se uma das escolhas é ir para a folia, que também seja uma escolha pensada antes”, completa Tatiana Mourão, ressaltando a importância de se respeitar as decisões individuais no período.
Bebidas alcoólicas e moderação
O sentido de descontração e “fuga” da rotina atribuído ao Carnaval fomenta o consumo de substâncias que promovem um escape da realidade. Logo, o abuso de bebidas alcoólicas pode se tornar um problema para quem quer “cair na folia”. A também professora da Faculdade de Medicina, Luciana Diniz, pede para que a população não encare a diversão da festa como uma necessidade de se embriagar.
“A busca da qualidade de vida é muito importante pra saúde das populações. Eu acredito que o Carnaval é um momento de descontração, em que o indivíduo vai querer sair um pouco da rotina e vai buscar, naquela brincadeira lúdica, uma melhor forma de enxergar a vida. O que acontece é que o foco principal do Carnaval não deveria ser o uso da bebida, ele deveria vir como um complemento à alegria, de preferência moderado”, encerra a professora.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Bernardo Estillac | Edição: Lucas Rodrigues