Terapia ocupacional e interdisciplinaridade na promoção da saúde física e mental

Saúde com Ciência fala sobre terapia ocupacional para inserção social e autonomia do indivíduo


16 de fevereiro de 2018


Saúde com Ciência fala sobre como terapia ocupacional e trabalho interdisciplinar contribuem na inserção social e autonomia do indivíduo

Warlen Valadares*

A terapia ocupacional é uma profissão ainda pouco divulgada no Brasil, que visa favorecer a participação do indivíduo em atividades que são significativas para ele, envolvendo tarefas diárias como comer, se vestir, tomar banho, estudar, além do trabalho, lazer e participação social. A terapia é recomendada, principalmente, para pessoas que apresentam alguma alteração sensorial, motora, cognitiva, psicológica ou afetiva.

Foto: Carol Morena

O trabalho do terapeuta ocupacional é, em geral, associado a outros profissionais da saúde, como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e enfermeiros. “Historicamente, a experiência da terapia ocupacional no trabalho com outros profissionais é muito positiva, pois juntos eles constroem um plano de intervenção direcionado às questões de saúde da pessoa”, afirma o professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, Bruno Bechara, que é coordenador do Colegiado do curso de Terapia Ocupacional.

Saúde do idoso

Doenças que comprometem a locomoção ou afetam as articulações da mão podem, por exemplo, impedir a pessoa mais velha de cozinhar. Em alguns casos, a panela e outros objetos da cozinha podem se tornar obstáculos às limitações dessa pessoa. “Então, o terapeuta vai atuar tanto no indivíduo quanto no ambiente onde esse idoso está inserido, para que ele volte a realizar suas tarefas”, resume o médico geriatra e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Edgar Nunes de Moraes.

O profissional também deve orientar a família sobre como lidar com o idoso que apresenta alterações comportamentais e de memória, decorrentes do Alzheimer, além da depressão e outros transtornos mentais. Edgar aponta que jogos, oficinas de arte e outras atividades de lazer e trabalho são algumas das técnicas utilizadas com o objetivo de promover a autonomia e inserção social do indivíduo.

Desenvolvimento infantil

No contexto infantil, a terapia ocupacional busca engajar a criança em suas atividades diárias, como alimentação, autocuidado, higiene, brincadeiras e tarefas escolares. As técnicas empregadas pelo profissional buscam estimular adequadamente a criança, favorecendo o desenvolvimento de suas habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais. A situação familiar e escolar e a faixa etária do paciente devem ser consideradas pelo terapeuta antes e durante a realização do plano de atividades.

A terapeuta ocupacional e professora da EEFFTO da UFMG, Marina Brandão, aponta que a prematuridade, síndrome de Down, autismo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e depressão são exemplos de quadros que podem comprometer o engajamento da criança nas tarefas cotidianas. Nesses casos, é recomendável que os familiares procurem o suporte desse profissional da saúde, que atua tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como na rede privada.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Warlen Valadares – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues