Tratamento da água ajuda a evitar diversas doenças
Saúde com Ciência apresenta série dedicada ao saneamento e destaca a importância da água tratada para a saúde da população
24 de julho de 2017
Saúde com Ciência apresenta série dedicada ao saneamento e destaca a importância da água tratada para a saúde da população
Febre tifoide, cólera, hepatite A, disenterias… Esses são exemplos de doenças que podem ser transmitidas pela água contaminada, problema de saúde pública no país. A contaminação pode ocorrer pela ingestão ou contato com essa água, ou mesmo pelo consumo de alimentos cozidos ou lavados com a mesma. As doenças citadas surgem, em geral, quando não é feito um tratamento de limpeza e purificação para eliminar os microrganismos responsáveis pelas infecções.
Nas estações de tratamento, a água que chega dos rios ou represas passa por fases de floculação, decantação, filtragem e outros processos químicos que garantem sua qualidade antes de alcançar o consumidor. Mas de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada.
Para quem não recebe essa água em casa existem alternativas protetivas que, segundo o professor da Faculdade de Medicina e coordenador do Projeto Manuelzão da UFMG, Marcos Vinícius Polignano, favorecem a prevenção de diversas doenças e oferece um consumo saudável: “Utilizar água de um manancial que já se conhece e é sabido que essa água é de boa qualidade. Utilizar alguns mecanismos para filtrar essa água, como os filtros de barro com vela, pois a vela é um filtrante importante que elimina algumas bactérias e microrganismos e evita a contaminação da água”.
“Há a possibilidade da utilização de cloro e água sanitária, em medidas corretas em função da quantidade de água, além da fervura da água”, complementa Polignano. Em comunidades rurais é possível, segundo o professor, construir mecanismos filtrantes, como uma caixa de filtragem preenchida com areia e brita na qual a água, antes de chegar ao consumidor, passe por um tanque onde será retida parte da sua contaminação.
Despoluição dos rios
Na maioria das cidades brasileiras há coleta de esgoto, mas em seguida ele não é tratado: dados do SNIS indicam que somente 43% dos esgotos do país passam por algum tipo de tratamento. Normalmente, esse esgoto é liberado em rios e córregos sem intervenções, o que influencia diretamente na qualidade da água.
“Para fazer a coleta de esgoto em uma estação de tratamento, é necessário fazer uma interceptação. Por gravidade, o esgoto sai da sua casa e vai até um curso d’água. Ao chegar nesse curso é colocado um cano subterrâneo que impede que o esgoto vá para o rio e, ligado a outros interceptores, vá direto para a estação”, afirma o também professor da Faculdade de Medicina e integrante do Projeto Manuelzão da UFMG, Antônio Radicchi.
Radicchi acrescenta que tratar o esgoto é impedir que ele alcance diretamente rios e córregos, ou seja, não é fazer com que o curso de água passe pela estação e fique limpo e despoluído. O ideal é que não exista contato algum do esgoto com as fontes de água não contaminada.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Marcos Paulo Rodrigues | Edição: Lucas Rodrigues