Você sabe a diferença entre um transplante feito pelo SUS ou pela rede privada?

Apesar do SUS coordenar toda a lista de espera do país, é possível realizar o procedimento em um hospital da rede privada.


04 de setembro de 2023 - , ,


* Elen Batista

Transplantes de órgãos e tecidos estiveram em alta nas últimas semanas, desde que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, precisou de um transplante cardíaco. O apresentador entrou para lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) e muito se questionou do porquê de o procedimento estar sendo feito pela rede pública, uma vez que ele possui condições para arcar com a rede privada. 

Segundo o professor Cristiano Xavier Lima, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, atualmente não há nenhuma diferença entre uma pessoa que recebe transplante pelo SUS ou por outras vias. “A única coisa que varia, efetivamente, é o órgão pagador dessa situação. O paciente do sistema privado vai arcar totalmente com as despesas hospitalares e de honorários e tudo que é envolvido no transplante”, explica. 

“A população em geral tem que entender que a pessoa que vai ser transplantada, independente do dinheiro, não tem o menor controle sobre quem vai ser o doador e nem passa na frente de ninguém por isso. O ato de doação não é determinado por alguém, ele é regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes, em que as regras são muito rígidas e transparentes.”

Professor Cristiano Xavier Lima

Sistema Nacional de Transplantes 

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país. O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.

Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande. “Nosso sistema é motivo de muito orgulho para a população brasileira. Nós fizemos grandes avanços nas últimas décadas, principalmente para a população que mais necessita, sendo da forma pública. Isso porque o Brasil é um país que dedica muito investimento nessa área”, finaliza o professor Cristiano Xavier.  

Saúde com Ciência 

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, iremos conversar sobre transplante e doação de órgãos, como funciona o sistema no país e as expectativas para o futuro da área. 

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Elen Batista – estagiária de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno