Tecnologia e ensino em saúde
13 de novembro de 2008
Realizada hoje pela manhã dentro da programação do I Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, a mesa “Avanços no ensino em saúde” discutiu o uso das novas tecnologias no apoio ao ensino e no atendimento médico.
O primeiro palestrante, professor Chao Lung Wen (USP), ressaltou a importância da tecnologia inclusive para o ensino de valores éticos aos futuros profissionais da saúde.
Ele citou como exemplo, o uso de animais em experimentos laboratoriais. A utilização de modelos de alta tecnologia permite que, em uma sala com 80 alunos, seja sacrificado apenas um animal em vez de cinco, como no método tradicional. Além disso, melhora a qualidade do aprendizado, uma vez que promove maior interação entre o material didático e o estudante.
Segundo ele, “a nova geração é capaz de trabalhar com uma comunicação multifocal e ainda consegue desenvolver um aprendizado paralelo”. O desafio dos professores é perceber o “Multimídia e Internet”, título de sua palestra, como novas habilidades em favor da prática e ensino em saúde. Outra necessidade é promover o aprendizado com o uso da tecnologia, mas evitando o isolamento social.
Um dos principais produtos do grupo coordenado por Chao, na USP, foi desenvolvido em parceria por profissionais da saúde e de design. O modelo Homem Virtual permite a visualização, usando tecnologia 3D, de todas as partes do corpo humano, inclusive dos órgãos internos. O trabalho também se utiliza de cartazes, vídeos e conteúdo extra, disponibilizado na Internet.
Simulação e habilidades
A segunda palestra da mesa foi apresentada pela professora Maria do Carmo Barros de Melo, do Laboratório de Simulação da Faculdade de Medicina da UFMG.
O aprendizado é um processo complexo, que envolve mudança no comportamento e aquisição de habilidades, garante Maria do Carmo. Segundo ela, “Se o aluno simula, a aquisição do conhecimento será muito mais eficiente”.
O professor deve ter total controle dos sons, dados e imagens do procedimento, para orientar o aluno durante este treinamento realístico e ético, que permite que o aluno erre quantas vezes for preciso para sedimentar o conhecimento e a prática.
Telessaúde
O último palestrante, professor Cláudio de Souza, coordenador do Centro de Tecnologia em Saúde, Cetes, também da Faculdade de Medicina, apresentou a iniciativa da Unidade e falou da importância da rede de Telessaúde, que permite a constantemente atualização e a interação entre profissionais com o fim de aprimorar a qualidade da atenção oferecida às comunidades.
Ainda na opinião de Souza, a Telessaúde ainda enfrentará várias dificuldades. Como a exclusão digital da população e a resistência à mudança do atendimento prestado nos moldes tradicionais. No entanto, segundo ele o atendimento a distância deve ser comemorado: “Perderá o bonde da história quem não der atenção a estas mudanças na prática de saúde”, acrescenta.
No entanto, os profissionais de saúde precisam ter em mente que a tecnologia é um meio. “O que interessa são as pessoas. Muitas vezes, os profissionais de saúde se encantam com a tecnologia e se esquecem de sua função social, a promoção da saúde”, analisa.
O professor Geraldo Brasileiro Filho, coordenador da mesa, encerrou as atividades comentando que “A tecnologia pode nos ajudar no difícil percurso da busca por novas perspectivas para o ensino e o aprendizado em saúde”.
Ouça
Trecho da entrevista com o professor Chao Lung Wen (USP) – 2min31
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Redação: Danielle Pinto – Estudante de Jornalismo
Fotos: Bruna Carvalho – Estudante de Publicidade