Conheça o espaço onde a SpiN-Tec será testada em humanos

UPqVac foi inaugurada durante a pandemia e tem experiência na testagem de vacinas e medicamentos.


24 de novembro de 2022 - ,


Foto: Faculdade de Medicina da UFMG.

A UFMG dará início ao ensaio clínico da vacina SpiN-Tec MCTI UFMG, primeiro imunizante contra a covid-19 com tecnologia e insumos totalmente nacionais e financiada por instituições brasileiras. A testagem em humanos ocorre após diversas fases pré-clínicas e aprovações em órgãos como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do sistema CEP/Conep. A cerimônia que dá o pontapé inicial nesta etapa será realizada na sexta-feira, 25 de novembro. 

O desenvolvimento da SpiN-Tec é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e pelo Congresso Nacional. 

A fase 1 do ensaio será realizada pela Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da Faculdade de Medicina. A estrutura conta com dois consultórios, área de atendimento e salas de observação para a realização de testes com voluntários.

Com 168,5 m², a utilização do espaço envolve uma equipe de pesquisa interdepartamental e multiprofissional, com cerca de 30 profissionais das equipes médicas e de farmácia, enfermagem, biologia e dados. Também conta com a parceria do Laboratório Central. Além do corpo clínico, o projeto conta com assistente social e equipe comunitária, composta pelo público dos ensaios clínicos.

Atualmente, as principais pesquisas conduzidas na UPqVac (além da SpiN-Tec) são o Ensemble, o Mosaico e o Reprieve. O Ensemble acompanha a eficácia da vacina da Janssen contra a covid-19. Já o Mosaico testa uma vacina experimental para prevenir a infecção pelo vírus HIV. Por fim, o Reprieve avalia um medicamento para prevenir doenças cardíacas entre pessoas que vivem com o HIV. Ao todo, quase 500 voluntários estarão envolvidos nestas iniciativas. 

Confira fotos da UPqVac:

A Unidade teve financiamento majoritário do National Institute of Health (agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos), via rede Covid-19 Prevention Network (CoVPN), a mesma responsável pelos testes com a vacina contra a covid da Janssen, da qual a Faculdade faz parte.

Equipe reunida no dia da inauguração, em agosto de 2021. Foto: Faculdade de Medicina da UFMG.

Voluntários para a SpiN-Tec

Em relação à fase 1, que reunirá 72 voluntários, os critérios para participar do recrutamento são ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, não ter tido covid-19, ter recebido as duas doses iniciais da vacina CoronaVac e uma dose de reforço da Pfizer (há pelo menos nove meses), residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, no caso das mulheres, não estar grávida nem amamentando.

Para a fase 2, que contará com 360 voluntários, os critérios são ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, ter recebido as duas doses iniciais da vacina CoronaVac ou da Astrazeneca e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca, residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, para as mulheres, não estar grávida nem amamentando. O fato de já ter contraído covid-19 não impede a pessoa de se habilitar para a segunda fase dos testes.

Os interessados podem fazer o cadastro pela internet. Uma vez inscritos, eles passarão por triagem para a seleção de voluntários e serão submetidos a avaliações clínicas e laboratoriais, conduzidas pelo CTVacinas e pela UPqVac.

Após a conclusão das fases 1 e 2 dos testes clínicos, os pesquisadores enviarão os relatórios do estudo e solicitarão autorização para a terceira e última etapa dos testes, que reunirá de quatro a cinco mil voluntários. Espera-se que a vacina esteja disponível para aplicação em toda a população a partir de 2025.

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Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG, com informações do Centro de Comunicação da UFMG e do CTVacinas da UFMG.