Recrutamento de voluntários para teste de medicamento oral contra covid-19 da Pfizer é suspenso; nova etapa iniciará este mês


05 de novembro de 2021 - , , , ,


Com a divulgação dos dados preliminares da farmacêutica Pfizer sobre o medicamento em teste PF-07321332, que apresentou redução de risco de hospitalização ou morte por covid-19 em 89% em comparação com o placebo em adultos de alto risco não hospitalizados, os centros ligados à pesquisa – caso da Faculdade de Medicina da UFMG – vão suspender o recrutamento de voluntários para essa etapa do estudo.

Primeira de três etapas, o primeiro estudo da Pfizer tem como objetivo avaliar se a medicação reduz a duração e a gravidade da doença em pessoas recentemente diagnosticadas com covid-19 e que tenham risco aumentado para sua forma grave. Os outros estudos serão em pessoas com baixo risco – que abrirá recrutamento de voluntários na segunda quinzena de novembro – e, por fim, para tratamento de contactantes domiciliares de pessoas que foram infectadas, com vista na prevenção. Os interessados em se voluntariar para as próximas etapas podem entrar em contato pelo telefone (31) 9 8109 1143 e e-mail cov3001.ufmg@gmail.com.

Este é um estudo duplo cego, em que os voluntários são aleatoriamente atribuídos em um grupo que recebe a medicação avaliada ou em um grupo que recebe placebo. A participação nesta pesquisa é gratuita e os voluntários serão ressarcidos com o custo de deslocamento.

O coordenador da ação e professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Jorge Andrade Pinto, destaca que essa é uma opção a mais contra o coronavírus e não substitui a vacinação. “São frentes de combate diferentes. A frente de combate preventivo com a vacinação é sempre importante quando se lida com uma epidemia de doenças transmissíveis”, pontua. “Mas também há a frente de combate terapêutico, que é ter formas de tratamento efetivas. E isto é importante até por temos ouvido muito sobre tratamentos desprovidos de validade, propagados de maneira equivocada”, completa.

A pesquisa é realizada em diversos países, a fim de refletir a diversidade genética, etnográfica e de condições socioambientais, de forma que possam ser utilizados em larga escala. Além do Brasil, também há polos de pesquisa na Argentina, Colômbia, Peru, Porto Rico, México, Estados Unidos, Bulgária, República Tcheca, Hungria, Índia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Holanda, Polônia, Rússia, África do Sul, Espanha, Taiwan, Tailândia, Turquia, Ucrânia e Reino Unido.


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