Boa alimentação na infância para vida adulta saudável
Maus hábitos alimentares adquiridos na infância podem influenciar de forma negativa na saúde de um adulto
“Atualmente existem duas formas da alimentação acarretar no risco de doenças futuras: uma é pela formação do hábito e a continuação dele na vida adulta e a outra é o fator genético”. Quem explica é o professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG Benedito Scaranci, especialista em Nutrologia Pediátrica e Distúrbios Alimentares.
De acordo com o IBGE, cerca de 10% das crianças e adolescentes brasileiros possui sobrepeso e 7,3% sofre de obesidade. A obesidade infantil, que é um problema grave no âmbito mundial é, no Brasil, cada vez mais crescente.
Benedito alerta que uma dieta rica em doces, enlatados, refrigerantes e frituras, além de pobre em verduras e frutas, acaba acarretando um hábito alimentar de risco e fica vinculada ao aumento na chance de diabetes, colesterol alto, pressão alta e doenças cardíacas.
“A obesidade é um greve problema de saúde pública e é cada vez mais evidente que está se tornando uma epidemia. Esse problema pode ser evitado no momento em que a criança nasce, se os pais introduzirem alimentos saudáveis e que os agrade” afirma o professor Benedito. “Nos primeiros seis meses de vida a dieta adequada para uma criança é aleitamento materno exclusivo”, segundo o especialista.
Após essa fase inicial e até os dois anos, é introduzido com o leite materno outros alimentos como frutas, legumes e cereais na forma pastosa e, a partir desse momento, é alcançado o padrão alimentar familiar. “A criança tem de se habituar a se alimentar com o máximo de alimentos diferentes considerando a cor e de tipos de alimentos como verduras, hortaliças, cereais e frutas”, afirma.
Influências externas
Quando a criança tem o contato inicial com creches e escolas, a instituição tem de fornecer uma alimentação balanceada e ensinar a criança como levar aquilo para dentro de casa. Outros fatores externos também influenciam não só na escolha de alimentos, mas também no comportamento da criança. O professor cita o contato inicial com a televisão, que sugere e incita padrões alimentares por meio de publicidade e programas.
Benedito chama atenção para o fato de, se não prevenido, o mau hábito alimentar na adolescência poder se agravar com o indivíduo saindo de uma completa dependência da família e começar a adquirir autonomia e ter influência de grupos que frequenta. “É essencial para criança ter não só uma alimentação balanceada, mas também a prática de esportes, além de ser papel da família introduzir hábitos regulares contra o sedentarismo”, recomenda.
Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG