Coqueluche volta a assustar e mobiliza vacinação de grávidas

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória, que tem a vacinação como principal medida de prevenção. A vacina da coqueluche faz parte do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

 

Está incluída na vacina pentavalente (que oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B), estando  indicada para crianças a partir de dois meses de idade, em esquema de três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses.

 

O artigo do jornal “O Tempo”, disponível a seguir, comenta os dados epidemiológicos que mostram o aumento do comprometimento do recém-nascido e lactente jovem com essa infecção, o que tem sido atribuído à maior suscetibilidade à doença devido ao esquema básico de vacinação contra coqueluche estar ainda incompleto. Paralelamente, estudos têm relatado que adultos, principalmente a mãe, têm importante papel na transmissão da coqueluche para recém-nascidos e lactentes jovens suscetíveis, e que a vacinação na gestação poderia oferecer proteção vacinal indireta aos filhos dessas mulheres, promovendo a redução de casos e óbitos pela doença nesta faixa etária. Mas, a vacina utilizada para imunizar as crianças não pode ser administrada a indivíduos após os sete anos de idade, devido ao aumento dos efeitos adversos. Atualmente, encontra-se disponível comercialmente uma vacina com o componente pertussis acelular que pode ser utilizada em adulto (vacina contra difteria, tétano e pertussis – acelular – do tipo adulto – dTpa), sendo considerada segura para uso na gestação.

A vacina dTpa para uso adulto não está disponível nos Centros de Referencia para Imunobiológicos Especiais do Brasil (CRIEs). No entanto, o Ministério da Saúde pretende oferecer essa vacina para as gestantes brasileiras (Recomendação publicada em 08/11/2012 pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS – CONITEC, do Ministério da Saúde do Brasil)1. A vacina está indicada após a 20ª semana de gestação, e pode ser administrada simultaneamente a outras vacinas indicadas para gestantes, tais como as vacinas contra hepatite B e influenza. O esquema proposto será uma dose dTpa e, se não houver comprovação de vacinação anterior, fazer as doses subseqüentes, necessárias para imunização contra tétano, com dupla tipo adulto (dT). A Sociedade Brasileira de Pediatria reforça essa recomendação e acrescenta que a  vacina dTpa deve, ainda, ser aplicada em todos os comunicantes domiciliares que conviverem com lactente com idade inferior a 6 meses.

1 portal.saude.gov.br/portal/…/Relatorio_VacinadTPa_Gestantes_CP.pdf‎

Gláucia M. Q. Andrade (Eixo de doenças infecciosas e parasitárias)

Coqueluche volta a assustar e mobiliza vacinação de grávidas

 

Governo quer proteger bebês, vacinando gestantes no segundo semestre

 

A coqueluche, uma doença respiratória que pode ter graves complicações e até causar a morte, seguia, desde os anos 90, no rumo da erradicação. Mas, recentemente, o Ministério da Saúde alertou quanto ao crescimento dos casos da doença, principalmente entre bebês, prometendo, então, disponibilizar uma vacina para gestantes.

Segundo o ministério, crianças com menos de 1 ano são mais suscetíveis a contrair a doença,totalizando2.924 casos, no ano passado – 65% das ocorrências de coqueluche em 2012.desde os anos 90, no rumo da erradicação. Mas, recentemente, o Ministério da Saúde alertou quanto ao crescimento dos casos da doença, principalmente entre bebês, prometendo, então, disponibilizar uma vacina para gestantes.

Para buscar reverter esse quadro, a partir do segundo semestre, o governo estuda incluir a DTPa (vacina tríplice acelular contra difteria, tétano e coqueluche) no calendário de imunização da gestante na rede pública. A iniciativa quer garantir que o bebê já nasça com alguma proteção contra a doença.

Atualmente, a vacina é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para as crianças com 2 meses, 4 meses e 6 meses, e os reforços devem ser feitos aos 15 meses e aos 5 anos. Hoje, as gestantes têm acesso à imunização apenas pela rede privada.

Quando. A melhor forma de prevenção, no caso dos bebês, é a vacinação da mãe a partir da 20ª semana de gestação, afirma o médico Frederico José Amedée Peret, diretor científico da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).

A medida é tão importante que foi ressaltada, ontem, no Dia Nacional da Imunização contra a Coqueluche. Segundo Peret, a vacinação dessas mulheres não era recomendada. “De 2012 pra cá, com o aumento dos casos, começou-se a preocupação de vacinar as grávidas”.

Mas, como o bebê só pode receber a vacina aos 2 meses, ele fica “desprotegido” durante o período. Assim, Peret explica que vacinar a mãe é uma forma de imunizar o feto, até que ele possa tomar a sua dose. “Ao vacinar a mãe no fim da gestação, os anticorpos passam para o feto pela placenta e, assim, os dois ficam imunizados”, explica.

Aumento. Entre os casos da doença envolvendo crianças menores de 1 ano, cerca de 85% são bebês com menos de 6 meses, segundo dados do Ministério da Saúde. O relatório da pasta também aponta que, em 2012, houve 72 mortes em função da doença, um aumento de 32% em relação ao ano anterior.

Em 2011, foram registrados 2.258 casos de coqueluche no Brasil. Em 2012, o número total passou para 4.453 casos – um aumento de 97%.

Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/coqueluche-volta-a-assustar-e-mobiliza-vacina%C3%A7%C3%A3o-de-gr%C3%A1vidas-1.656803