Estudo mostra como adolescentes se enxergam
As alterações que os adolescentes enfrentam na transição para vida adulta, muitas vezes, são pouco compreendidas para os adultos. Pensando nisso, a psicopedagoga Lauriza Maria Nunes Pinto estudou o autoconceito dos adolescentes e fatores associados.
As alterações que os adolescentes enfrentam na transição para vida adulta, muitas vezes, são pouco compreendidas para os adultos. Com o objetivo de contribuir para o direcionamento das intervenções da família e dos profissionais da educação junto a estes jovens, a psicopedagoga Lauriza Maria Nunes Pinto estudou o autoconceito dos adolescentes e fatores associados, tema de dissertação de mestrado profissional defendida no Programa de Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina da UFMG.
Segundo Lauriza Pinto, o autoconceito pode ser definido como uma construção do indivíduo acerca de si e do mundo, isto é, a imagem, a concepção e as idealizações que faz dos outros e de si mesmo. “Entender o autoconceito nesta fase é chegar ao melhor entendimento do processo do desenvolvimento humano”, afirma a psicopedagoga.
Durante a pesquisa, iniciada em 2009, 1199 questionários foram respondidos por adolescentes em 33 escolas públicas e privadas, de todos os nove distritos sanitários de Belo Horizonte. Foram abordados temas cotidianos, como família, sexualidade, escola, violência e muitos aspectos sobre o que eles pensam de si, do mundo, das relações que estabelecem, do modo como vivem e das expectativas que desenham para o futuro.
Mais da metade dos adolescentes avaliados (55%) apresentou um autoconceito considerado negativo, sendo que o maior percentual foi observado na faixa etária de 10 a 14 anos (57%). Dentre os fatores que levam à avaliação de um autoconceito negativo estão instabilidade na vida afetiva e insatisfação com a condição social.
Por outro lado, a aceitação das próprias limitações e o bem-estar com seu físico reforçam o autoconceito positivo. A escola também foi considerada como importante fator de estabilidade para eles – sentir-se seguro na escola diminui as chances de um autoconceito negativo. Segundo Lauriza Pinto, o adolescente quer ser visível de forma positiva, mas muitas vezes não encontra espaço.
SERVIÇO
Título: “O autoconceito dos adolescentes e os fatores associados”
Nível: Mestrado Profissional
Programa: Promoção da Saúde e Prevenção da Violência
Autora: Lauriza Maria Nunes Pinto
Orientadora: Elza Machado de Melo
Coorientadora: Graziella Lage de Oliveira
Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG
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