Profissionais cuidam mais da saúde que população


15 de novembro de 2008


Quem trabalha com saúde tem mais cuidado consigo mesmo que a população em geral. Pelo menos é o que mostram as repostas de 605 dos 1305 participantes do 1º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG a um questionário distribuído durante o evento e que terá os resultados apresentados hoje, sábado, às 12h30, durante a solenidade de encerramento do evento.

Cerca de 50% dos profissionais e estudantes participantes do Congresso realizam atividades físicas pelo menos três vezes por semana. Entre eles, 40% fazem exercícios durante mais de uma hora por vez. Ou seja, 20% dos participantes do Congresso seguem as recomendações de atividades físicas dos especialistas. Parece pouco, mas é mais do que o dobro da população em geral. No Brasil, de acordo com o IBGE, apenas 8% da população seguem essa recomendação.

Corporativismo
Por outro lado, mais de 80% dos respondentes consideram que um exame de saúde deve ser obrigatório antes do início de atividades físicas e também avaliam que elas devem ser realizadas sempre com supervisão profissional.

O professor Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, da Escola de Educação Física da UFMG, coordenador do estudo, lembra que essa não é a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Seria inviável exigir dos sistemas de saúde exames para isso”, afirma. “E é mais perigoso deixar de fazer exercícios por falta de exame do que fazer moderamente sem exames”, defende.

Para ele, é importante que haja supervisão das atividades físicas nas escolas, para que as crianças aprendam a fazer exercícios corretamente. Mas ela deixa de ser necessária na vida adulta de pessoas saudáveis. “Sobrevivemos milhares de anos sem esse tipo de orientação”, argumenta. “A atividade física é espontânea.”

Na opinião do professor, mesmo as mudanças na sociedade, que tornaram os seres humanos sedentários, por exemplo, contra sua natureza de animais ativos, não justificam a necessidade de supervisão profissional da atividade física. “Isso é muito mais uma questão de corporativismo dos profissionais da área”, avalia.

Os resultados preliminares da análise dos questionários serão publicados na próxima semana no site do Congresso: www.ufmg.br/congressodesaude. Conclusões mais aprofundadas serão divulgadas posteriormente.

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