Muito além da assistência direta à saúde


14 de novembro de 2008


No paradigma da complexidade, o ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A frase, do sociólogo e pensador francês Edgar Morin, resume o cuidado com a saúde além da própria assistência.

A visão foi de alguma maneira, abordada pelas três convidadas que participaram da mesa “Experiências bem sucedidas de promoção à saúde”, apresenta na manhã de hoje no Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina.

Mediada pelo professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Ênio Leão, a mesa reuniu coordenadoras de três experiências diferenciadas, mas que têm em comum resultados positivos na saúde integral do público atendido, tidos basicamente por meio de ações multidisciplinares.

A psicóloga e fundadora da ONG recifense Casa de Passagem, Maria Cristina Vasconcelos de Mendonça, expôs a experiência do atendimento de crianças e adolescentes ex-moradores de rua em três diferentes projetos mantidos pela instituição.

O público atendido tem condições de ser reinserido na sociedade não apenas através da assistência médica e psicológica, mas também a partir do retorno à escola e de uma série oficinas de temas bastante variados, como a de direitos humanos, de história da arte e até sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. “O jovem, ao entrar em um projeto como esse se transforma e amplia sua visão de mundo, aprende a falar de forma crítica e a se posicionar”.

Atividade física

Também foi apresentado o projeto Academia da Cidade, parceria das Secretarias Municipais de Saúde, Abastecimento, Esportes e Educação de Belo Horizonte com a Universidade Federal de Minas Gerais.

O projeto oferece atividades esportivas variadas à população da cidade em locais públicos, incluindo duas praças. O objetivo é melhorar a qualidade de vida da população, incentivar hábitos de vida mais saudáveis por meio da prática de atividades físicas regulares, uma alimentação de qualidade e superação de vícios, como o tabagismo.

A coordenadora do projeto, Maria Angélica Dias, disse que Belo Horizonte já conta com 25 pólos do projeto, com estrutura própria e profissional especializado, mas novos outros já estão previstos para o próximo ano.

Integração

A doutora em pediatria da Universidade de São Paulo, Rosana Fiorini Puccini, apresentou o Programa de Integração do Centro Assistencial do Embu. Trata-se de uma iniciativa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, que abrange uma série de outros projetos no atendimento de crianças e adolescentes.

O oco principal da sua exposição foi um projeto que prioriza o trabalho integrado com a escola onde o paciente atendido estuda, o que permite um resultado permanente. Também hoje pela manhã, representantes das empresas Vale do Rio Doce, Unimed-BH e Petrobrás apresentaram as lições que puderam aprender ao oferecer internamente, aos seus funcionários, programas de promoção à saúde.

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Redação: Adriana Linhares – Jornalista
Foto: Bruna Carvalho – Estudante de Publicidade